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2016 - Seis recomendações para quem vai recompor a Reserva Legal
 
Por Gabriella D'Andréa (Rede AgroServices)
 
Fazendas que não dispõem da Reserva Legal determinada pelo novo Código Florestal têm duas alternativas: adquirir Cota de Reserva Ambiental (CRA) de outros proprietários, como foi tratado nesta reportagem, ou recompor a floresta conforme as exigências da lei. A Rede AgroServices conversou com diretores de duas empresas que vendem mudas e prestam serviço de restauração florestal – o engenheiro agrônomo André Nave, da Bioflora, e Matheus Vieira, sócio-proprietário da Florestal Casa da Árvore – e traz aqui seis recomendações para quem está planejando seguir esse caminho.
Planejar quais espécies serão plantadas
 
Um bom reflorestamento exige diversidade.  A resolução SMA nº 32 do estado de São Paulo recomenda que a área restaurada tenha, no mínimo, 80 espécies diferentes para assegurar a biodiversidade. Em função do grande número, é preciso saber quais combinações de mudas garantem o reequilíbrio do ecossistema. “Se o produtor plantar espécies aleatoriamente, pode afetar o processo reprodutivo, prejudicando a renovação da floresta”, explica André Nave. A escolha deve ser bem planejada, prevendo, por exemplo, a mescla entre espécies de crescimento lento e rápido e a presença de insetos polinizadores para que a floresta ganhe vida naturalmente. Assim, ela cresce melhor e depende menos de manutenção.
 
Controlar as formigas
 
As formigas cortadeiras, como a saúva e a quenquém, estão entre as principais ameaças à restauração florestal, sobretudo no início. Ao cortar as folhas e flores das plantas em desenvolvimento, as formigas prejudicam a fotossíntese e acabam matando as mudas. “O ideal é que, um mês antes do plantio, o produtor faça o controle da área que vai receber as árvores e do entorno”, sugere Matheus Vieira. O acompanhamento deve ser realizado até a floresta se tornar ativa, quando o inseto entrará em equilíbrio com o ambiente.
 
Eliminar plantas forrageiras
 
O capim compete com as espécies plantadas. O diretor da Bioflora explica que ele age de forma semelhante a uma erva daninha, liberando substâncias químicas que inibem o desenvolvimento de árvores ao seu redor – processo conhecido como alelopatia. Além disso, o capim cresce rápido e cobre as mudas, impedindo que elas recebam sol e façam fotossíntese. Portanto, antes de iniciar o reflorestamento, é preciso eliminar toda espécie de forrageira presente na área.
 
Fazer adubação verde
 
Plantar leguminosas nas entrelinhas enriquece o solo com nitrogênio e matéria orgânica, aumentando a produção de biomassa e ajudando no crescimento da floresta. A prática favorece também o controle de ervas daninhas. “A técnica inibe a ação de espécies invasoras que costumam atrapalhar o crescimento das árvores nativas”, ressalta André Nave. Acaba-se gastando menos, portanto, com herbicidas.
 
Explorar comercialmente
 
O Código Florestal proíbe cortes em metade da área da Reserva Legal. Já a outra metade pode abrigar alguns tipos de exploração comercial, como o plantio de árvores frutíferas, como bananeira, mamoeiro, cacaueiro e pequizeiro, ou espécies para produção de madeira, como mogno africano, cedro australiano e eucalipto. Para definir a combinação mais vantajosa do ponto de vista econômico é preciso contar com a avaliação da área por um profissional.
 
Buscar um programa de financiamento
 
Atualmente, existem linhas de crédito voltadas ao reflorestamento, tanto governamentais como de bancos privados. O Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) é uma das entidades que oferecem apoio aos produtores. O BNDES Florestal, por exemplo, permite o financiamento de até 80% de um projeto de reflorestamento de áreas degradadas ou convertidas. O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) também dispõe de um leque de opções em seu Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). “É uma forma de ajudar e garantir os restauros necessários”, comenta Matheus.
 
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